Os anos se passam, os governos autorizam as instalações de usinas nucleares, mas ninguém para pra pensar nos altos riscos de operar uma usina nuclear e muito menos olham para trás.
As usinas nucleares fornecem cerca de 16% da eletricidade no mundo. Alguns países praticamente dependem da energia nuclear, a França, por exemplo, cerca de 80% da energia é gerada por usinas nucleares, já os Estados Unidos, cerca de 25%. No Brasil a percentagem de sua utilização é bem menor, cerca de 3%. Porém está em expansão, visto que a construção de Angra 3 está autorizado pelo governo e meio ambiente e já havendo previsão da construção de 4 novas usinas.
Usinas nucleares estão instaladas ao redor do mundo, e os governos e empresas responsáveis sempre reforçam que são totalmente seguras e limpas.
E aí fica uma pergunta: as condições que fazem a energia nuclear segura são compatíveis com as regras de base que fundam uma sociedade democrática, transparente e justa? A gestão da catástrofe de Chernobyl na Ucrânia, nos faz duvidar disso.
Em 2009 mesmo, na usina Angra2 no Brasil, houve um vazamento de partículas radioativas se espalharam pelo ambiente durante uma manutenção, contaminando 3 trabalhadores.
Não vejo a energia nuclear totalmente limpa, afinal os lixos atômicos não têm uma solução definitiva tanto no Brasil quanto no mundo, há apenas uma forma temporária de armazenar esses produtos altamente perigosos. Em Angra 2 , roupas e acessórios que são usados pelos funcionários são armazenados em tambores em um galpão ao lado da usina, já que incidem um risco menor de contaminação e os resíduos dos materiais radioativos são armazenados dentro de recipientes de chumbo e aço que por sua vez são armazenados em tanques de água tratada e ali permanecerão por milhares de anos tornando o ambiente ainda mais perigoso, já que a meia vida dos elementos são de 20 mil, 50 mil, 245 mil anos. Isso deixa perfeitamente claro, a falsa impressão de segurança que as autoridades nos passam, pois a cada ano que passa, se torna um perigo iminente e de gravíssimas conseqüências trazendo prejuízos irreversíveis como ocorrido a 24 anos na cidade de Chernobyl em 25 de abril de 1986.
Depois desse acontecimento, isso acabou reforçando a idéia de que as usinas nucleares são perigosas.
Apesar desse aviso terrível, as autoridades parece esquecer do desastre da usina Vladmir Lênin, que ceifou milhares de vidas ao decorrer dos anos.
Atualmente como metáfora perfeita da mentira institucionalizada, as partículas radioativas lançadas do reator na explosão, continuam a envenenar o solo. 24 anos após o desastre, a região de Chernobyl continua inabitável. Atualmente 8 milhões de pessoas vivem em áreas contaminadas na Ucrânia, Rússia e principalmente na Bielorrussia. Desde o acontecido, eles consomem os alimentos radioativos que continuam contaminá-los pouco a pouco.
Se o desenvolvimento nuclear para uso civil promete trazer soluções para problemas como combustíveis fósseis e aquecimento global, esse cenário nos lembra que essa é uma opção com sérias conseqüências que requer o maior cuidado e informações exatas sobre os riscos que apresenta.
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